Desde o dia 01 de janeiro, a Síndrome de Burnout passou a compor a nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), no CID 11. Com isso, o Burnout passa a ser oficialmente considerado como uma patologia, “uma síndrome resultante de um estresse crônico, não administrado com êxito, no local de trabalho“.
Causado, geralmente, por condições de trabalho desgastantes, tarefas repetitivas e cargas de trabalho em extensos períodos, a Burnout atinge, frequentemente, os profissionais que atuam nas áreas da saúde, tecnologia, educação, direito e segurança pública.
Mas por ser um adoecimento relacionado ao ambiente profissional, a Burnout vem corroborar ainda mais sobre a responsabilidade da empresa sobre a saúde e bem-estar de seus funcionários.
O que é a Síndrome de Burnout?
A expressão burnout significa “queima” ou “combustão total”. É utilizada para caracterizar um estado de completo esgotamento da energia física, psíquica e emocional associado a intensa insatisfação com o trabalho. (MASLACH; SCHAUFELI; LEITER, 2001)
A Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, é o distúrbio emocional resultante de uma exaustão extrema provocada por situações do trabalho. Excesso de cobranças, acúmulo de tarefas e funções, grande pressão sobre resultados e metas, ambientes desgastantes estão entre os causadores da Burnout.
A Burnout se tornou objeto de estudos científicos na década de 1970, inicialmente com os estudos do psicólogo Herbert J. Freudenberger. Em 1980, Freudenberger publicou o livro Burn Out: The High Cost of High Achievement. What it is and how to survive it (na edição traduzida para o português, “Estafa: o alto custo dos grandes empreendimentos. O que é e como sobreviver”). E, desde então, o tema vem despertando interesse dos pesquisadores do campo da saúde.
A Burnout para as empresas
De acordo com a ISMA-BR – International Stress Management Association, em média, 30% da população brasileira sofre com a Síndrome de Burnout. Quando verificados os números referentes às licenças médicas e auxílio-doença, no Brasil, 38% dos afastamentos do trabalho têm distúrbios psíquicos em geral como causa.
A saúde mental ganha um grande aliado agora e as ações para o cuidado com a saúde mental e bem-estar dos profissionais passam a ser investimentos fundamentais às empresas.
O RH das empresas precisa estar atento aos seus profissionais, atuando em conjunto com as lideranças e equipe de medicina e saúde mental, para identificar indícios de quadros de Síndrome de Burnout em suas equipes. Bem como, agir preventivamente em prol da manutenção do bom clima e adequado ambiente de trabalho.
Dentre as ações que podem ser realizadas pela empresa, estão:
- Avaliar o nível de satisfação dos profissionais com o ambiente profissional;
- Disponibilizar canais de comunicação em que os profissionais possam falar sobre suas insatisfações e opiniões sobre sua atuação na empresa;
- Criar e aplicar uma cultura de feedbacks;
- Estimular a prática de atividades físicas e conscientizar seus profissionais sobre a importância de hábitos saudáveis;
- Oferecer serviços de saúde mental para atendimento, orientação e acompanhamento psicológico de seus profissionais. A Terapize conta com serviços exclusivos para atendimento às empresas. Entre em contato conosco para saber mais.
Principais sintomas da Síndrome de Burnout:
A psicóloga Christina Marlach e colaboradores criaram, em 1996, um instrumento de aferição que viabilizou o estudo epidemiológico do burnout e estabeleceu o conceito deles como o mais conhecido e adotado. Esse conceito estabelece três principais componentes para o Burnout (MASLACH; SCHAUFELI; LEITER, 2001):
- Exaustão emocional: cansaço extremo físico e mental, sensação de falta de energia, alterações repentinas de humor, dores de cabeça frequentes. Fadiga. Dores musculares. Problemas gastrointestinais.
- Despersonalização: insensibilidade ou hostilidade em relação às pessoas, a si mesmo e às tarefas. Isolamento. Falta de perspectivas. Desesperança.
- Baixa realização pessoal: sentimentos de menos valia, insegurança, incompetência e frustração pessoal e profissional. Negatividade constante.
Geralmente esses sintomas surgem de forma branda e vão se intensificando com o tempo.
Então, fique atento! Se no dia a dia você sentir algum desses sintomas, se acordar de manhã para trabalhar está se tornando uma tarefa sacrificante, não hesite em procurar ajuda profissional.
9 dicas para prevenção à Síndrome de Burnout:
Hábitos saudáveis são essenciais à qualidade de vida física, psíquica e emocional. Assim, para evitar a Síndrome de Burnout, adote em sua rotina estratégias para redução do estresse e aumento da qualidade de vida, principalmente, no trabalho. Algumas dicas são:
- Tenha seus objetivos pessoais e profissionais bem definidos;
- Se permita ter momentos de lazer com as pessoas com quem gosta de conviver;
- Tenha novas experiências: conheça novos lugares, jante em um novo restaurante, faça um trajeto diferente para ir ao trabalho;
- Pratique atividades físicas regularmente e experimente novas atividades;
- Tenha uma alimentação saudável e equilibrada;
- Durma bem. Descanse adequadamente;
- Evite pessoas tóxicas, na vida pessoal e no trabalho;
- Estabeleça uma rede de apoio, no trabalho e no âmbito pessoal também, em quem possa confiar e com quem possa conversar;
- Cuide da sua saúde mental. Faça terapia.
Quer saber mais sobre estratégias de autocuidado para evitar a Síndrome de Burnout e garantir sua qualidade de vida? Então venha assistir nossa live sobre como planejar o autocuidado para sua vida aqui.
MASLACH, C.; SCHAUFELI, W. B.; LEITER, M. P. Job burnout. Annual Review of Psychology, v. 52, p. 397-422, 2001.
Psicóloga Adriana Lopes – CRP 04/54908 – @psiadriana
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