Terapize

Dependência Emocional: Entendendo as Necessidades nas Relações

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL

Dependência emocional; Afinal, qual o significado desta expressão hoje, tão popular ao falarmos sobre relacionamentos tóxicos e abusivos? No artigo de hoje, trataremos sobre a identificação deste comportamento em nosso cotidiano, buscando assim, compreender as necessidades destas atitudes em nossas relações. Venha conosco!

A dependência emocional é caracterizada por comportamentos de apego excessivo à outra pessoa, sendo em uma relação amorosa, familiar ou fraterna. Todavia, tem sido cada vez mais comum, encontrarmos este modelo nas relações amorosas, tendo em vista a identificação de relacionamentos abusivos e a relevância da pauta na atualidade. Tal modelo de relação causa, além de várias disfuncionalidades ao sujeito, a dependência emocional, e que em sua grande maioria é desenvolvida por mulheres. Nesse sentido, Bornstein e Cecero (2000) propõe que uma relação de dependência pode ser definida por quatro elementos:

  • Motivacional: O componente motivacional refere-se à necessidade de suporte, orientação e aprovação.
  • Afetivo: está relacionado à ansiedade sentida pelo indivíduo diante de situações nas quais ele necessita agir independentemente.
  • Comportamental: O componente comportamental alude à tendência a buscar ajuda de outros e de submissão em interações interpessoais.
  • Cognitivo: Remete à percepção do sujeito como impotente e ineficaz.

Como consequência do vício no “objeto de desejo” (parceira ou parceiro), existem as angústias derivadas do desafio em se afastar do outro, o medo em não ter a capacidade de estar sozinha, além da descrença de que seja possível viver uma vida longe da figura abusadora. É importante salientar que, diferentemente do pensamento desenvolvido pelo senso comum, tal dependência não tem como justificativa, o fatídico julgamento sobre o fato de que essa mulher “gostar de sofrer”.

De acordo com Fisher, Aron, & Brown (2005), “outro aspecto que tem recebido atenção dos estudiosos são os mecanismos neurológicos envolvidos nas relações amorosas. Observa-se que os sentimentos amorosos utilizam as mesmas vias neurais que substâncias psicoativas, ativando os sistemas de recompensa do cérebro e criando sintomas de dependência similares”. 

A dependência emocional, além da explicação neurológica e comportamental sobre o “vício” no parceiro amoroso, pode ser também gerada através das repetições e histórias de vida traumáticas da vítima, a qual pode ter vivido abusos e outras formas de negligência e de vínculo familiares disfuncionais, desenvolvendo traumas e os sentimentos de insuficiência e carência. Tais deficiências geram a sensação de um “buraco” emocional e afetivo.

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL

Identificando os sinais de Dependência Emocional

A partir da definição do conceito de D.E., podemos refletir sobre a identificação dos sinais em nosso dia a dia. De maneira geral, é possível perceber que o sujeito desenvolve dificuldades de concentração no trabalho e apresenta características de necessidade de isolamento, dando pouca atenção às relações familiares e amigos, devido a preocupação excessiva com o parceiro amoroso. Este movimento, gera desequilíbrio nas demais relações, devido ao tempo e energia investida somente no parceiro.

Entre os sinais de D.E. podemos identificar:

  • Sinais de abstinência na ausência da pessoa amada;
  • Sintomas de ansiedade;
  • Sentimentos de angústia durante a rotina;
  • Culpa excessiva;
  • Medo da solidão;
  • Desejo de autodestruição;
  • Necessidade constante de aprovação do companheiro;
  • Limiar de frustração baixo;
  • Desinteresse em socializar;
  • Conflitos de identidade;
  • Cuidado excessivo com o parceiro amoroso;
  • Foco da felicidade concentrado em uma só pessoa;
  • Autoestima baixa;
  • Ciúmes;
  • Oscilações de humor.

Se identificou com alguns desses sintomas em seu dia a dia? Se a resposta for sim ou se você conhece alguém com estas características em seu comportamento, saiba que é de extrema importância o ato de procurar ajuda especializada nesses momentos. Dessa forma, ao estar em acompanhamento psicológico, é possível entender os padrões aos quais seus relacionamentos são baseados e construídos, podendo assim, desenvolver maneiras de alterar esses ciclos aos quais fundamentam este vazio emocional.

Lidando com a Dependência Emocional

Como funciona a dependência emocional?

O vídeo acima, torna-se um exemplo claro diante da uma relação de dependência emocional. Nesse sentido, a pessoa que busca satisfazer suas necessidades e pendências emocionais em uma figura externa, raramente irá conseguir saciar-se. A procura por afago e amor se torna incessante e utópica, demonstrando a incapacidade de preencher o “vazio” presente consigo.

Uma forma saudável de lidar com a D.E. é a investigação das origens desse apego extremo. Seria uma experiência ruim do passado? Um ciclo de relacionamentos abusivos? Um trauma ou situação de abandono familiar? Através do contato e conexão com estes fatos, torna-se possível iniciar o processo de compreensão, mesmo que doloroso, de suas lembranças e vivências.

A psicoterapia torna-se uma ferramenta importante nesse processo de conscientização e responsabilização, ao propiciar reflexões e um ambiente de acolhimento dos sentimentos desencadeados pela elaboração das dores causadas pelo apego excessivo e suas outras consequências neuropsicológicas. Elaborar esta questão é também transferir a necessidade de atenção e de carinho para si. O amor da sua vida, pode sim, ser você mesma!

Quebrar o elo com a dependência significa encontrar a liberdade pela primeira vez. Pessoas dependentes levam tempo para encontrar motivos para se amar, por isso, esse processo raramente é efetivo quando feito sozinho. 

QUERO FAZER TERAPIA

Gostou de nosso conteúdo e necessita de ajuda especializada em suas relações? Venha para a Terapize!

Referências

BUTION, Denise Catricala  e  WECHSLER, Amanda Muglia. Dependência emocional: uma revisão sistemática da literatura. Est. Inter. Psicol. [online]. 2016, vol.7, n.1 [citado  2022-03-25], pp. 77-101 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-64072016000100006&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 2236-6407.

Fisher, H., Aron, A., & Brown, L. L. (2005). Romantic love: An fMRI study of a neural mechanism for mate choice. Journal of Comparative Neurology, 493(1), 58-62. doi: 10.1002/cne.20772 

Envolva-se!

Comentários

Nenhum comentário ainda